O que são Softwares Livres e Softwares Open Source
Devido à necessidade crescente por customizações no código, custo e, principalmente, pela liberdade possibilitada, os programas open source têm conquistado cada vez mais espaço no mercado.
A busca de ferramentas rápidas, seguras e com suporte constante vem crescendo e os programas open source tem ganhado força no mercado. Por muito tempo ferramentas de empresas tradicionais e com tecnologias baseadas em código fechado dominaram o cenário de TI, muitas vezes com a promessa de robustez e garantia de funcionamento. Muitos destes softwares são tão ou mais maduros que soluções fechadas, e fazem parte do uso do dia a dia por nós e por empresas espalhadas pelo mundo.
Quando falamos destas tecnologias, o sistema operacional Linux vem imediatamente na cabeça. No entanto há muitas outras tecnologias, como, por exemplo, a linguagem de programação Python, A IDE desenvolvimento Eclipse e até o banco de dados PostgreSQL
A ideia por trás do open source não é necessariamente nova. Durante as décadas de 80 e 90, movimentos a favor da liberdade de uso e compartilhamento do conhecimento do software surgiram, dando origem ao conceito de código aberto. Foi nesse período que a OSI (Open Source Initiative) foi fundada. Essa organização, dedicada a promover softwares de código aberto, com desenvolvimento colaborativoe que possam ser acessados por qualquer indivíduo. A principal atuação da OSI é certificar quais licenças se enquadram como open source.
Também surgiu nesse período a FSF (Free Software Foundation), uma organização com objetivo de fomentar a eliminação de restrições sobre cópia, estudo e modificações de softwares. Associada a FSF temos a licença GNU GPL (GNU General Public License, GPL).
A GPL é uma licença de software livre criada pelo Projeto GNU. Ela é usada para garantir a distribuição de um software com liberdade e garantia dos direitos dos usuários. Ela permite que os usuários tenham as liberdades essenciais de executar, estudar, modificar e distribuir o software.
Quando um programa é distribuído sob a GPL, todos que recebem uma cópia têm o direito de usar, modificar e distribuir essa versão do software. No entanto, eles também devem distribuir o software sob os termos da GPL, garantindo que as liberdades dos usuários sejam preservadas. Ademais, programas licenciados sob a GPL não podem ser incorporados em projetos com licenças não compatíveis com a mesma.
Apesar de parecerem semelhantes, free software e open source possuem diferenças fundamentais e filosofias únicas por trás de cada termo.
Para serem classificados como software livre, os softwares precisam seguir os princípios do GNU GPL. De acordo com a FSF:
“Por ‘software livre’ devemos entender aquele software que respeita a liberdade e senso de comunidade dos usuários. Grosso modo, isso significa que os usuários possuem a liberdade de executar, copiar, distribuir, estudar, mudar e melhorar o software. Assim sendo, ‘software livre’ é uma questão de liberdade, não de preço.”
Para ser classificado como ‘software livre’, um software deve garantir as seguintes liberdades:
- Executar o programa para qualquer propósito;
- Estudar o programa para compreender o seu funcionamento e transmudá-lo de acordo com as suas necessidades;
- Partilhar cópias para atender a outras pessoas;
- Requintar o software e assegurar acesso a essas melhorias, de modo que a comunidade se beneficie delas.
Já os princípios de um Software open source, são diferentes. Para que sejam considerados como tal, eles devem seguir os princípios da OSI:
- Código-fonte Aberto: O código fonte deve ser acessível aos usuários e legível a um programador. A licença do software deve permitir alterações e modificações, porem sua distribuição deve-se manter sob os termos da licença original;
- Distribuição da Licença: Os Direitos do software estão disponíveis para todos que o utilizam. Eles devem ser aplicados e mantendo sempre as diretrizes da licença original. A Licença não deve ter nenhuma cláusula com regras para a mudança de estilo, demanda etc. Não é preciso renovar a licença para utilizar a solução;
- Integridade do autor do código: A licença deve permitir a distribuição do programa construído alicerçado no código-fonte, porem ela pode exigir que os programas derivados tenham nomes e versões diferentes do original;
- Distribuição livre: A distribuição da licença deve ser realizada mesmo contendo outros programas como componentes. O software pode até ser vendido depois de alterado, mas outras pessoas terão direitos sobre eles, mas o ideal é que a solução deva permitir o acesso gratuitamente, não tendo sua licença vendida ou trocada;
- Discriminação Zero: Qualquer pessoa, independentemente de sua condição social ou financeira, pode utilizar um programa open source. Todas as pessoas têm direitos iguais de utilizar o software;
- Trabalhos derivados: A licença de um software deve ser aberta quanto à permissão para modificações e trabalhos derivados. Podem ser distribuídos desde que mantenham os termos da licença original;
- Não discriminação contra áreas de atuação: Todos podem usar um programa open source, sejam pessoas ou empresas, independentemente das áreas de atuação, respeitando os termos da licença;
- Licença neutra quanto à tecnologia: Ferramentas open source não podem exigir uso de uma determinada tecnologia ou interface para que sejam utilizáveis.A maior diferença é que softwares open source podem ter restrições em relação à modificação e redistribuição, conforme critérios estabelecidos pelos desenvolvedores. Quando existe uma alteração no código ou estrutura da aplicação, ao redistribuir esta versão modificada, ela deverá ter um nome diferente, por outro lado, no software livre, não é necessária a alteração do nome, somente a numeração da versão.
Os programas open source apresentam uma série de vantagens quanto a sua utilização, tanto para os desenvolvedores, usuários e empresas que façam uso destas tecnologias. Uma das principais vantagens é a liberdade que proporcionam, permitindo que o os usuários personalizem e modifiquem o software de acordo com suas necessidades. Isso não só facilita as operações, mas também pode melhorar a produtividade e a experiência do seu usuário, onde o desenvolvedor refinará seu uso e não precisará desenvolver um software do zero.
Além disso, esses softwares também concedem maior controle aos clientes, permitindo a modificação do código para corrigir possíveis falhas e realizar a manutenção do software sem depender dos desenvolvedores originais. A transparência acrescida é uma vantagem adicional, pois proporciona ao usuário um entendimento claro das operações em seu dispositivo, contribuindo significativamente para a segurança.
Os softwares de código aberto também incentivam o compartilhamento de informações e o trabalho em equipe, pois permitem que as melhorias no software sejam compartilhadas entre a comunidade. Isso pode incluir desde pequenos grupos a grandes comunidades e empresas. E embora a gratuidade não seja uma regra para todos esses softwares, muitos são gratuitos ou de baixo custo, o que pode reduzir os custos para quem opta por essa tecnologia.
No entanto, como qualquer sistema, os softwares de código aberto têm suas desvantagens. Algumas delas incluem a falta de garantias de proteção de dados, a possibilidade de falhas no software se ele não for bem feito, a necessidade de conhecimentos avançados de programação em certas situações, a possibilidade de que correções de erros feitas por outros programadores não cheguem a toda a comunidade e, dependendo do software, a possibilidade de enfrentar problemas de desempenho e design.
Conclusão:
A partir dos conceitos até aqui apresentados, podemos concluir que as soluções de código aberto oferecem vastas oportunidades para o avanço tecnológico. Esses softwares nos proporcionam a liberdade essencial de manipular e adaptar as ferramentas conforme nossas necessidades específicas. Essa liberdade, por sua vez, não só alimenta o progresso no campo da informática, mas também facilita avanços em diversos outros setores.
Além do mais, o emprego das tecnologias open source vão muito além. Representam uma mudança de mentalidade, exigindo uma disposição para se tornar parte de uma comunidade global. Esta comunidade é definida pela colaboração, onde indivíduos e empresas trabalham juntos para melhorar e aprimorar o software. O objetivo final é que esses esforços conjuntos beneficiem a humanidade como um todo.
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Bibliografia:
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