Evoluir experiências acessíveis

Todos nós podemos, em algum momento, nos tornar pessoas com deficiência e para fazer a inclusão correta, é necessário evoluir experiências acessíveis.

Segundo o último censo do IBGE, há uma necessidade rápida de evoluir experiências acessíveis, já que 46 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência. O número é maior que a população da Argentina inteira (45,81 milhões) em 2021. A projeção é que até 2030 a população PCD chegue a 66,6 milhões de pessoas. São diversos tipos de deficiências como, perda auditiva completa ou parcial, deficiência visual, dislexia, dificuldades motora, entre outros.

Atualmente 49,4% das pessoas com deficiência têm mais de 60 anos, um público que adquiriu algum tipo de dificuldade ao longo da vida e agora necessita de suportes físicos, tecnológicos ou humanos para desenvolver rotinas do dia a dia.

Em contrapartida, menos de 0,5% das aplicações brasileiras são acessíveis, segundo o movimento Web para todos e Big Data Camp. A WCAG 2.1 é um guia fundamental para desenvolvimento de produtos digitais verdadeiramente inclusivos e acessíveis. Para atender as necessidades de diferentes grupos e situações, foram definidos critérios de sucesso com declarações testáveis não dependentes de qualquer tecnologia específica.

Pense na experiência do usuário

Apesar de critérios bem definidos, ainda há muito que pode ser feito para evoluir as experiências acessíveis de pessoas com deficiência. Pense, por exemplo, em como pessoas com deficiência auditiva, que dependem dos intérpretes de libras, assistem a shows, palestras e entrevistas. E se invertermos a experiência de assistir a um TedX?

Apesar de cumprir critérios de acessibilidade da WCAG, as experiências acessíveis para pessoas com deficiência auditiva ainda podem melhorar e muito. Neste ano de 2023, o Super Bowl mostrou um bom exemplo de como uma experiência acessível pode ser mais bem pensada.

Neste ano de 2023, o Super Bowl mostrou um bom exemplo de como experiências acessíveis podem ser mais bem pensadas.
Apesar de cumprir critérios de acessibilidade da WCAG, a experiência para pessoas com deficiência auditiva ainda pode melhorar e muito. Neste ano de 2023, o Super Bowl mostrou um bom exemplo de como experiências acessíveis podem ser mais bem pensadas.

Assim como é possível melhorar a experiência de pessoas com deficiência auditiva, muito ainda pode ser feito para outros usuários com diferentes limitações. O potencial de consumo de pessoas com deficiência, só no Brasil, representa R$ 22 bilhões anuais.

Desenvolver soluções para experiências acessíveis não é difícil e incluir acessibilidade desde o início do processo, pode gerar uma economia de 3.000%.

Desenvolver soluções acessíveis não é difícil e incluir acessibilidade desde o início do processo, pode gerar uma economia de 3.000%

Fontes: Accessibility and Automation: Shift Left ROI, Deque.
NIST National Institute of Standard and Technology

Acessibilidade todos os dias: experiências acessíveis

Desenvolver experiências melhores depende de todos da companhia e fazer com que o assunto faça parte do dia a dia dos colaboradores é essencial para criar uma cultura de soluções digitais acessíveis para todos, bem como fomentar a diversidade na contratação de colaboradores, assim como falamos no artigo sobre acessibilidade na GFT.

Auto descrição

Fazer uma descrição de si mesmo é um ato de inclusão de pessoas cegas ou com baixa visão. Quando você se encontrar com um grupo de pessoas pela primeira vez ou quando fala numa conferência ou num seminário siga essas dicas de como se descrever para o público para que haja a melhora de experiências acessíveis.

01 – Comece sempre com o seu nome e a organização em que trabalha, se for relevante.

02 – Informe seu gênero, nem sempre a voz é interpretada de forma clara.

03 – Diga sua idade, cor de cabelo, cor da pele, roupas e acessórios.

04 – Informe também o fundo (em caso de tele chamadas)

Descreva as imagens.

Utilize o recurso “Alt” das plataformas. O Linkedin, por exemplo, permite que o usuário acrescente descrições às imagens que ajuda a pessoas com baixa visão.

Evite figuras de linguagem (metáforas)

Alguns públicos têm dificuldade em compreender figuras de linguagem. Sempre que estiver falando para uma grande audiência, evite usar figuras de linguagem que dificultem a experiência acessível. Exemplo: Cara de pau, ele vai ficar virar uma fera…

Tamanho e contraste

Garanta que sua apresentação tenha um bom contraste de cores. Além disso, utilize fontes grandes para ajudar a leitura do público.

A evolução de experiências acessíveis não requer uma nova construção e sim uma adaptação pensando na inclusão de todas as pessoas e suas diferenças para que elas tenham acesso e se sintam parte de qualquer experiência.