Mulheres em TI: Novos olhares trazem novas soluções

Por que as mulheres podem, e se assim desejarem, devem, sim entrar na área de TI?

Muitos conhecem bem as histórias de Grace Hopper (Cobol) Mama e Barbara Liskov (Paradgma de Liskov), essas mulheres alcançaram feitos sem os quais boa parte dos códigos que já fizemos manutenção não existiriam. Será que a área de tecnologia foi menos desafiadora com elas? Segundo a faculdade de Princeton sobre a Bárbara: “Na época, as mulheres sabiam que não eram bem-vindas em muitos espaços, mas Bárbara enfrentou essa situação. Em 1968, tornou-se a primeira mulher dos Estados Unidos a obter o grau de doutorado”.

 
 
 
 
 
 
 
Grace Hopper (à esquerda) e Barbara Liskov

Sabendo dos desafios da área de tecnologia, por que entrar na área? Por uma questão muito simples: é impossível resolver um problema diverso sem diversidade. Dentro da empresa, cada ser humano vem munido de sua própria criação, seu próprio sistema operacional e viés. Vocês se lembram do problemão que a Microsoft se meteu quando lançou o Kinect Xbox? Ele não reconhecia pessoas negras, por uma questão muito simples, porém escapou aos olhos do grande Bill Gates. Só podemos resolver problemas quando os vemos, e na equipe dele somente tinham analistas brancos (Não que seja problema, mas é, e o pior, vira BUG).

Avanços tecnológicos na área de cirurgia plástica foram alcançados por engenheiras computacionais, por exemplo, pelo simples fato de terem se tocado que mulheres têm mãos menores. Logo, para elas é imprescindível que os instrumentos sejam menores. Ok, já sabemos que nossa presença melhora aspectos do setor, mas em que o setor melhora a nossa vida?

As mulheres lidam com problemas tecnológicos que os homens não conseguem ver, em base diária, o que nos dá uma chance de conseguir as soluções. Estamos na área tecnológica para dar luz a esses problemas. A área de TI é muito rica, desde engenharia de dados a desenvolvimento de software, uma visão feminina alcança camadas que para o homem caucasiano não são visíveis, e em momento nenhum somos melhores que eles, somente somos iguais em se tratando de aprendizado e conhecimento dos próprios problemas.

Mais do que isso, a área vem mudando e muito. Uma desenvolvedora hoje, além de ter um salário razoável, não precisa estar em uma empresa que não queira estar, as boas empresas têm preferência por essas profissionais.

Um pequeno parênteses para contar a história de uma ruivinha muito simpática em um WTM (Woman Tech Maker), em Curitiba. Essa menina era risonha e muito tímida. Quando começou a falar ficou muito claro que a solução que ela desenvolveu, tinha em muito a ver com a própria história.

Ela desenvolveu uma luva elétrica que media a degeneração dos nervos, um auxílio a pacientes que sofrem de Huntington. Não foi visto muita coisa na luva além de pequenas luzes que me lembravam o sistema acoplado do Arduino uno da época do meu primeiro emprego. Era algo muito rústico e brilhava em intensidade desigual, para cada mexida de dedos um tiltar de informações era enviado para um orquestrador na nuvem, que se não me engano era Azure.

No meio da apresentação, no apanhado do tempo em que ela ficou com objeto na mão, a luva conseguiu perceber a degeneração dos nervos e fazer relatório com uma progressão de desgaste perfeito, coisa que um médico demoraria bastante para perceber. 

A apresentadora recebeu diversas congratulações e foi questionada de onde surgiu a ideia. Comentou que sua avó teve em Huntington, e imagine só, homens vão muito menos ao médico, estatisticamente. Mas essa experiência transformou a moça em ferramenta, para propor parte de uma solução perfeita para o diagnóstico antecipado, sabendo que essa doença é genética, ela se adiantou a um provável BUG que o tempo traria para a vida dela.

O resumo da obra é esse, precisamos estar dispostas a entrar na área para melhorar as coisas e fazer a diferença. Sem a nossa ajuda eles ainda conseguem, mas existe um grande risco de eles demorarem, e aí? Vai ficar esperando uma doença degenerativa te alcançar? Ou vai fazer como a moça ruiva da história acima: correr para fazer parte da solução e ainda ser bem paga no processo?

Essa resposta já foi respondida anos atrás, agora é a sua vez 😉