Uma gestão On Demand para conquistar resultados extraordinários

Em seu segundo ano como CEO Brasil, Alessandro Buonopane faz uma análise de 2022, comemora o GTPW e conta como é o dia a dia de quem lidera mais de três mil colaboradores enquanto…. Concilia o posto de baterista da GFT Band.

A primeira imagem que vem à sua cabeça quando você pensa em um executivo C-level de uma multinacional de tecnologia provavelmente não é a de uma pessoa eufórica, com baquetas na mão, sacudindo a cabeça no ritmo da música, ao mesmo tempo em que golpeia com força pratos e tambores, executando um repertório de clássicos do rock. E isso só prova o quanto a Era dos estereótipos está ultrapassada, assim como a Era da liderança baseada em hierarquia e autoridade.

“CEO Brasil e Baterista da GFT Band” é a maneira mais precisa de apresentar Alessandro Buonopane, que ocupa o cargo de presidente do grupo desde 2021, e começou em 2016 na batera da banda, que criou para promover integração entre os colaboradores. Apesar das diferenças entre essas duas funções, Buonopane faz uma analogia entre elas: “O baterista é como se fosse o CEO da banda. Ele está lá não aparecendo tanto, mas é perceptível para todo mundo quando ele erra, porque ele leva todo mundo para o erro junto”.

Mas Alessandro usa a comparação “CEO da banda” apenas para dimensionar a responsabilidade, porque “dentro da banda não existe hierarquia. Somos iguais, todos cobramos uns aos outros, todos tem voz ativa, independentemente de ter programadores, gerentes de projetos, diretores ou o presidente da empresa. Somos todos parte de um projeto”. A premissa de ser acessível e se mostrar “gente como a gente” faz parte da gestão humanizada e horizontal que Alessandro aplica à sua atuação no grupo: “Aquela gestão tradicional, baseada em controle, que a minha geração pegou, acabou. A gente tinha medo de falar com o gerente… Gerente, hein?! Não estou nem falando de diretor”, compara.  

Cuidar das pessoas é assunto prioritário na condução de Alessandro. Já que o setor de tecnologia é um dos mais aquecidos, as pessoas podem escolher onde vão trabalhar por alinhamento de valores. “Nesse contexto, não é só a proposta financeira que conta. As pessoas se importam com os valores e o propósito da empresa onde querem trabalhar”, sintetiza, acrescentando: “Hoje eu tenho no time pessoas que fazem parte de quatro gerações diferentes:  baby boomer, X, Y e Millenial. E ainda tem a Z que vai entrar daqui a pouco. Imagina a pluralidade de visões de mundo?”

Para dar conta dessa pluralidade, o presidente-baterista desenvolveu um método bastante característico do mundo atual: uma gestão On demand: “É você saber com quem você está falando, a personalidade e as características da pessoa, para que você consiga – de formas diferentes – chegar a resultados extraordinários”, explica o gestor que tem uma lista grande de resultados extraordinários para comemorar esse ano. Entre eles, a melhor posição da GFT no Prêmio Great Place to Work, que reconhece as empresas que proporcionam ambientes de trabalho saudáveis e recompensadores aos seus colaboradores: “Nós somos o terceiro colocado no GPTW Barueri e região, pela primeira vez na história! Terceiro colocado, estamos no pódio!”- festeja eufórico – “E ainda fomos 15º colocados no GPTW São Paulo! Não tem nenhuma empresa de tecnologia do nosso segmento na nossa frente!”.

Alessandro Buonopane recebendo o prêmio Great Place to Work

 A GFT Brasil comemora mais um pódio: o de escritório número 1 do grupo, performance que fez o telefone de Buonopane tocar com uma ligação que ele classificou como “fantástica”: ninguém menos que a CEO Global do grupo, Marika Lulay, “É a cereja do bolo do 2022 que tivemos!”.

A fundação desse resultado é construída já na chegada das pessoas ao grupo. “Toda segunda-feira eu recebo as pessoas na GFT, nosso onboarding é diferenciado. Eu quero que as pessoas entrem e pensem: ‘wow’, e não quero que essa sensação fique só nesse dia, quero que acompanhe a pessoa durante toda a sua trajetória na empresa”, ressalta. O trabalho continua com o “Encontro com o presidente”, em que Buonopane visita pessoalmente os locais do país que tem mais colaboradores, para um papo sem agenda. “Já fui para Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador… O objetivo do encontro é mostrar para as pessoas que independentemente do lugar onde elas moram, elas são tão importantes quanto quem está em São Paulo.”

Essa rotina de Onboarding e Encontros é cansativa, mas recompensadora: “Eu volto para casa com o coração quentinho! Fazer as pessoas se sentirem queridas não tem preço”. O desafio de Buonopane não é só manter os colaboradores que já fazem parte do quadro, mas encontrar novos: “É por isso que investimos tanto em capacitação. Trazemos para a tecnologia pessoas de diversas áreas”, comenta, citando o Starter, iniciativa de inserção de novos talentos em tecnologia. Esse ano o programa planeja formar 400 pessoas, o dobro de 2021, com uma edição exclusiva para mulheres, o Starter Women Edition, que busca equilibrar a presença de mulheres na área de TI. “Essa é uma regra que criaram na Geração X, que lugar de mulher era em humanas ou na saúde, não em exatas!”, critica.

No processo para reverter essa desigualdade, o CEO comemora a adesão: “São mulheres de 19 a 50 anos. Estão participando desse curso desde mulheres solteiras com 5 filhos, até uma grávida. Depois, elas entram em projeto com a GFT, como forma de estágio, e a partir daí conseguem se desenvolver sozinhas”. Nos planos para os próximos anos do Programa Integra, iniciativa de promoção de igualdade da GFT, estão previstos projetos exclusivos para as demais minorias: “Temos 5 pilares. Escolhermos as mulheres para 2022. Em 2023 vamos fazer para pessoas pretas e pretos, depois, LGBTQIA+, PCDs e 50+. Preferimos fazer devagar, mas bem-feito”, pondera, satisfeito com o resultado.

Com a retomada dos eventos de confraternização presenciais da GFT, que acontecem em quatro estados esse ano, Buonopane relembra a fase mais desafiadora que qualquer executivo poderia enfrentar, a pandemia de Covid-19. “Nós estávamos em um voo cego, sem instrumentos, sem visibilidade e sem entender o que ia acontecer”. Passada a turbulência, ficaram os aprendizados e a certeza de novos desafios: “Não posso falar que estamos em Céu de Brigadeiro. Temos muitas incertezas ainda, agora por outras questões, mas é da adversidade que você tira o proveito e sai na frente. É na adversidade que você mostra a sua capacidade de fazer um turn around em cima de uma situação complexa. Se vier mais alguma adversidade, eu tenho certeza que a GFT Brasil e o grupo GFT como um todo vai estar preparado para os novos desafios, que certamente vão vir. Não sabemos quais, mas sabemos que certamente vão vir”.

As notícias, a velocidade de transformação tecnológica e as inovações em ciclos cada vez menores não deixam margem para dúvidas de que o mundo está mais complexo, volátil e instável. Diante desse cenário, Buonopane elenca as principais habilidades que fazem com que um profissional se destaque, na sua perspectiva: “Não são pontos técnicos. Acho que a pessoa tem que ter a mente aberta, perceber que o mundo mudou e não ficar preso ao passado ‘ah, porque antes eu fazia assim’, só que o que a gente fazia no passado não vai levar a gente para objetivos maiores” – sentencia, completando – ‘Tem que estar em busca de conhecimento o tempo todo, ser um profundo aficionado pelo conhecimento. E ter resiliência, que é importante, porque molda o profissional. A gente sabe que nem tudo são flores na nossa trajetória, e tendo resiliência as pessoas ficam mais preparadas para o futuro e para lidar com qualquer tipo de desafio”.

Buonopane, a CEO global Marika Lulay e o #teamGFT

 

Confira a entrevista completa:

Rock Machine: Para começar, Buonopane, como é ser CEO e… Baterista na GFT?!

Alessandro Buonopane: São duas coisas totalmente diferentes, mas ao mesmo tempo, são muito parecidas.  Na bateria você não pode se dar ao luxo de errar, senão você leva todo mundo pro erro junto, num compasso, numa batida, na velocidade… É a mesma coisa quando você lidera uma empresa. Hoje nós somos 3.200 funcionários no Brasil. Suas tomadas de decisão têm que ser muito assertivas, porque elas impactam não só o resultado financeiro da empresa, você também impacta na vida das pessoas. Eu vejo essa semelhança.  

 

RM: Como isso se reflete na imagem que os colaboradores têm de você?

AB:  É uma coisa interessante, porque quando você assume um posto de executivo de alto escalão, as pessoas te enxergam meio como um E.T., uma pessoa inacessível. Até porque no passado, alguns executivos tinham essa postura mesmo. Ao longo da minha carreira eu me deparei com altos executivos com quem você não conseguia trocar uma palavra, que você não era visto, era mais um… Então eu acho que quando você decide montar uma banda na empresa, com os nossos colaboradores, e você faz parte da banda, compartilha isso com as pessoas, as pessoas veem que você é uma pessoa tão normal quanto elas. E na empresa é a mesma coisa, se você consegue fazer isso e fazer as pessoas enxergarem isso em você, isso dá uma leveza no coração das pessoas: a pessoa que nos lidera é gente como a gente.

 

RM: Qual é o maior desafio em liderar e manter motivado um time de mais de três mil colaboradores?

AB: Esse é o grande desafio que nós temos como companhia: deixar a chama acesa o tempo todo e cabe a nós prover isso. Todos os dias meus executivos e eu temos na agenda a “pauta pessoas”. Ela é uma das mais importantes que nós discutimos: Como continuamos a manter as pessoas engajadas? Como continuamos a manter as pessoas apaixonadas pela empresa, pelo que elas fazem? Como nós conseguimos melhorar, dar instrumentos, capacitar mais as pessoas? Nosso business é capital intelectual, são pessoas. Não somos indústria, não fazemos carro, não fazemos copo… Nós desenvolvemos software, soluções, basicamente 100% é o capital intelectual das pessoas.

 

RM: E como é liderar para o trabalho remoto?

AB: A GFT hoje tem talentos no Brasil inteiro, nós não tínhamos isso em 2019. Antes da pandemia, nós tínhamos escritório em São Paulo, Sorocaba, Curitiba e ponto. Hoje nós estamos em 25 estados do Brasil, working from anywhere. Não importa onde você trabalha, você pode atuar em qualquer lugar, desde que você seja produtivo, você diz quanto. O pós pandemia tem ajudado as empresas a enxergar isso também, que mudou a forma de entregar projetos, a nova forma de entregar projetos não é mais necessariamente presencial, também funciona sendo remoto.

 

RM: Por falar nisso, como foi liderar a GFT na pandemia, sem dúvidas o momento mais desafiador que vivemos nos últimos anos?

AB: No primeiro ano da pandemia eu estava como vice-presidente, fazendo parte do board e eu acho que esse primeiro ano foi o mais desafiador mesmo, porque nós não sabíamos o que íamos enfrentar. Cada dia era um dia diferente, cada dia a gente estava começando a entender mais, não só nós, como os nossos clientes também… E começou a abrir um pouco mais a visibilidade de entender o seguinte: “essa pandemia vai perdurar.” Na época éramos mil pessoas na empresa, e a gente conseguiu colocar as mil pessoas em casa, em segurança, trabalhando e produzindo. E a produtividade só aumentou, por incrível que pareça.

Aí no segundo ano de pandemia, quando eu assumi como presidente, já tinha duas mil pessoas. A pandemia estava naquele vai-não-vai… “Agora saímos, não, voltamos duas casinhas”…  Mas, a gente conseguiu entender que podíamos encontrar talentos em outros estados, muito competentes. De lá pra cá, nós crescemos mais mil pessoas, estamos em crescimento exponencial, somos 3.200 pessoas hoje. O desafio foi manter o engajamento, manter as pessoas com a saúde mental em dia, então investimos em palestras, colocamos o RH sempre à disposição das pessoas que precisavam de alguma ajuda, algum apoio, e isso é o que nos trouxe até aqui.

 

RM: Qual é a sua visão sobre uma relação saudável entre a vida pessoal e o trabalho?

AB: Não existe receita de bolo também. É você estar bem, também na vida pessoal, nas suas atividades… Então existem pessoas que adoram pedalar, tem pessoas que adoram ir pra academia, tem pessoas que adoram correr, jogar videogame, não importa… O ponto aqui é você não abrir mão de ter uma válvula de escape, de ter o seu momento “eu”. E quando você está na empresa é o momento “nós”, do coletivo. Como seres humanos, precisamos da agenda “eu”, ter alguma coisa que te dê prazer… Então é incentivar as pessoas a ter esse tipo de vida pessoal.

 

RM: Esse é o conceito dos grupos de afinidade, né?!

AB: Sim, é um piloto. Nós tentamos ao máximo fazer com que o ambiente do trabalho fique mais próximo do seu ambiente, do seu ecossistema pessoal. Então criamos os Grupos de Afinidades. Como já tínhamos a GFT Band, que une pessoas que gostam de música, porque não extrapolar isso e criar outras tribos, outros grupos?! Criamos seis novas “tribos” a GFT Bikers, GFT Runners, GFT Beers, o GFT Gammers, A GFT Band Women Edition e a GFT Riders.

 

RM: Me conta sobre a experiência do Encontro com o Presidente?

AB: Esse encontro foi criado pelo hoje presidente Américas, o Marco Santos, e eu dei sequência, até para poder experimentar essa experiência, e é realmente muito impressionante, é onde você realmente tem o contato com as pessoas. Lembra que eu falei que antigamente os líderes eram inacessíveis?! Então, esse é o momento em que a gente está junto, num papo que não tem agenda, não tem pauta, não tem nada. É um momento que eu vou lá estar com eles, tomar um café, dar risada… Estar à disposição para tirar dúvidas, para falar sobre a minha vida, compartilhar coisas da minha carreira. Não só de forma virtual, como eu fiz o ano passado por causa da pandemia, esse ano eu abri mais o leque, então tem Encontro com o Presidente localmente em todos os estados onde temos o maior número das pessoas. A experiência é única, tanto para mim,  quanto para as pessoas. As pessoas gostam de tirar selfie, postar no Linkedin, é muito, muito legal!

 

RM: Qual é a sua maior conquista como líder esse ano?

AB: Esse ano foi estar muito próximo de todas as pessoas da GFT. Eu tive uma agenda muito people esse ano, e com isso, as pessoas conseguem conhecer mais quem está liderando a empresa, e veem que os valores do presidente são parecidos com os delas. Eu acho que essa é uma conquista, é o que me deixa muito feliz!

Toda segunda-feira eu recebo as pessoas, faço o Onboarding delas,  essa é a minha agenda. Eu vejo que as pessoas com quem eu converso chegam com a indicação de um amigo que falou bem da empresa, ou puxam a reputação da empresa, elas veem quais são os nossos propósitos, e é isso que faz elas comprarem a GFT.  Eu podia falar aqui que a gente cresceu muito esse ano, só que crescer sem um propósito, sem ter esse ecossistema, nessa linha de pessoas, é voo de galinha, não para de pé.

 

RM: Qual é a sua avaliação sobre o desempenho da GFT nesse ano de 2022?

AB: Tem que ser orgulho! Não só pelos nossos talentos, mas por sermos brasileiros, e não desistirmos jamais! É muito gostoso de ver que  somos o maior escritório do mundo em receita e agora somos o maior em rentabilidade também! Já éramos em pessoas, ou seja: a GFT Brasil é o maior escritório do mundo em tudo! Isso é motivo de muito orgulho. E estamos falando em reais! Imagina transformar isso em Euro, de seis para um?! E mesmo assim ser o número 1 do grupo! A GFT Brasil hoje tem uma grande relevância para o grupo, nós somos 25% do grupo hoje, isso é muito, muito importante.

Principalmente porque fizemos isso cuidando das pessoas, proporcionando capacitação, fazendo uma gestão humanizada, priorizando a saúde mental das pessoas, sem abrir mão da qualidade da entrega para os nossos clientes, sem abrir mão de crescimento, sem abrir mão de valores.

RM: Qual é a sua visão para o 2023 PRA GFT BRASIL?

AB: Não dá pra falar em ‘23 sem falar que a gente tem que manter essa escalada, esse nosso ritmo! Não sabemos de como vai ser, mas estaremos preparados para continuar esse crescimento exponencial que nós estamos tendo esses últimos anos! Até porque, você chegar no topo, como nós chegamos hoje, é muito difícil, mas o mais difícil de é se manter no topo, mantendo essa relevância no grupo. Obviamente, eu como CEO Brasil, liderando os meus talentos maravilhosos, não vou deixar isso parar! Agora é um trabalho dobrado para manter a posição, porque se chegamos e conseguirmos manter, é sinal de que estamos fazendo muito bem o nosso trabalho e estamos crescendo como profissionais, abrindo espaço para a carreira de todo mundo.

 

RM: E qual é a sua meta particular para o próximo ano?

AB: A minha grande meta é conseguir levar a GFT para o Brasil inteiro, trazer mais talentos do Brasil inteiro… Mostrar para as pessoas os nossos valores. Deixar a GFT mais conhecida no Brasil do que já é. Eu quero conversar com as pessoas, falar que eu trabalho na GFT e ouvir “Poxa! Na GFT!”. Não quero que a GFT seja conhecida só nos grandes centros, quero que seja conhecida nos quatro cantos do Brasil e que a gente possa ter talentos nos 27 estados da federação, trabalhando da sua cidade, da sua terra natal, sem precisar se deslocar para São Paulo para atingir os seus objetivos profissionais. Eu quero alavancar mais a GFT no nosso país.

 

RM: Deixe um recado para o #teamgft!

AB: Na minha promoção para presidente nós fizemos um evento chamado “2000+1”, em julho de 2021. Nesse evento eu fiz uma pequena live e no finalzinho veio algo do coração, que foi a hashtag “vamos voar juntos”! E nós estamos usando essa hashtag desde então, porque ela tem a ver com tudo aquilo em que nós acreditamos! Só vamos conseguir se realmente formos juntos! Então a minha frase para todo o timaço que eu tenho hoje na GFT Brasil é:  vamos continuar voando juntos!