Adoção de metodologia ágil para viabilizar a entrega da transformação digital

Ultimamente muito se tem falado de transformação digital, conceito que vai além de automatizar processos, e mostra que os modelos de negócio deixaram de ser algo imobilizado, ou seja, modelos de negócio devem ser criados e alterados de maneira contínua. E para que isso fosse possível, muitas frentes como Cloud Computing, Big Data, Mobile Payment, IoT (Internet of Things), entre outras, foram criadas para inovar e melhorar os serviços e produtos fornecidos pelas empresas. Mas será que as empresas estão adotando maneiras ágeis e flexíveis para fornecer tais serviços?

Devido à rápida evolução tecnológica, as empresas estão se transformando e criando concorrência inesperada para os gigantes do mercado. Por exemplo, recentemente tivemos a criação do Uber na indústria de táxis, AirBnB na indústria hoteleira, Netflix na indústria de filmes e entretenimento, Whatsapp na indústria da comunicação, entre outros que influenciam diretamente os modelos de negócios que antes estavam estagnados e que foram alterados usando o que a tecnologia tem a oferecer atualmente como forma de se posicionar novamente de maneira  competitiva no mercado.

Por isso muitas empresas estão adotando a metodologia ágil na sua maneira de trabalhar e estão vendo que ela não é apenas uma melhoria de processo, mas sim uma nova necessidade estratégica. Quando se trata de metodologia ágil, o grande desafio é criar o mindset ágil. Não significa apenas ter as skills e know-how, mas também cultivar um time ágil, sendo suportado pela alta gerência da organização.

Diante desse cenário de mudança constante, como a metodologia ágil pode ajudar na entrega da transformação digital?

Simples: ao contrário das metodologias tradicionais, que demandam muito tempo para entregar algo funcionando ao cliente, um dos princípios da metodologia ágil é satisfazer o cliente através de entregas em curtos espaços de tempo de maneira contínua e adiantada, sempre tendo em mente o mais importante: o valor agregado. Entregar frequentemente algo na menor escala de tempo, entre duas a três semanas, faz com que o cliente consiga ver o valor agregado e o progresso do produto. Quando entregamos valor agregado precisamos ter em mente três pontos: custo (quanto custa fazer esta parte do produto?), negócio (qual o retorno esta parte do produto trará para o negócio como um todo?) e o ROI (quanto tempo vai levar até obter o retorno sobre o investimento?). Agora imagine um projeto para mobile payment, seguindo a metodologia tradicional, na qual o cliente só receberia o produto pronto, de acordo com o escopo acordado depois de alguns meses. Será que os requisitos levantados pelo cliente são os mesmos que foram acordados no início do projeto? Será que as tecnologias para esse tipo de projeto não sofreram alguma alteração durante esse período?

Quais os benefícios de se adotar a metodologia ágil?

Usando a metodologia ágil há um melhor gerenciamento da mudança de requisitos, pois ela assume que os requisitos iniciais vão ser alterados, mesmo tardiamente, podendo criar uma vantagem competitiva para o cliente e ainda ser um diferencial para a empresa prestadora do serviço.

Outro ponto importante quando falamos de metodologia ágil é a questão da qualidade, que é garantida através da correta aplicação das melhores práticas, nas quais são realizados frequentes testes em cada uma das funcionalidades, possibilitando a identificação de qualquer problema com  antecedência necessária para que a entrega final do produto seja feita dentro do prazo e das especificações acordadas com o cliente.

A transformação digital hoje é uma realidade que vem crescendo e revolucionando o mercado de TI. As empresas que ainda usarem metodologias de desenvolvimento e entrega com práticas e processos burocráticos estão fadadas a perder mercado para os concorrentes. Para evitar que isso aconteça, novos processos funcionam como aliados e devem ser adotados por todos da empresa.

*João Gatto é Technical Analyst do Agile Center da GFT Brasil. Este artigo foi publicado originalmente em www.computerworld.com.br