“O que o Quality Assurance não é capaz de prevenir, um bom testing poderá detectar… pois existe uma simbiose entre ambos”
Entrevistamos o espanhol Carles Garcia, Test Engineer que trabalha na GFT em Sant Cugat (Barcelona) e se classificou na primeira posição em um concurso que consistia em criar uma frase reflexiva sobre o tema da edição 2012 do “Belgium Testing Days”, um evento internacional sobre testing de software que se celebra anualmente na Bélgica.

Francisco Blas: Olá Carles, você poderia nos explicar seu trabalho na GFT?
Carles Garcia: Atualmente trabalho como Test Engineer em um projeto internacional para o setor bancário. Somos uma equipe de testes de quatro pessoas que trabalham em estreita colaboração com outra equipe de desenvolvimento de oito pessoas da GFT Valência, além de outros profissionais do Reino Unido, Holanda, Índia e Cingapura. Trabalho na GFT há dois anos e antes trabalhei em uma consultora de TI menor por quase três anos. Estudei Ciência da Computação na Universidad Ramon Llul, em Barcelona, e estou certificado em testing pelo ISTQB (International Software Testing Qualifications Board).
FB: Em que consistia o concurso “Belgium Testing Days” que você participou e o que você fez para ganhar?
CG: O “Belgium Testing Days” é uma das conferências de testing mais importantes a nível europeu, com palestrantes vindos de toda a Europa, dos Estados Unidos e da Ásia. O concurso consistia em pensar e formular uma frase ou comentário, por meio de uma reflexão, referente ao tema da conferência da edição de 2012: QA vs Testing (Quality Assurance vs Testing). Essa reflexão podia ser enviada por escrito ou em formato de áudio. Eu participei enviando um áudio para a página da conferência. Depois de alguns dias onde se podia votar publicamente em todas as propostas eu ganhei o primeiro prêmio, que era um ingresso de dois dias para a conferência.
FB: Conte-nos mais detalhes do significado da frase que enviou o concurso: “What Quality Assurance cannot prevent, a proper Testing will detect… so there is a symbiosis”
CG: A tradução poderia ser: “O que o Quality Assurance não é capaz de prevenir, um bom testing poderá detectar… pois existe uma simbiose entre ambos”. A idéia é dizer que o QA (Quality Assurance), que tenta medir ou monitorar erros ou deficiências no processo de um projeto, pode prevenir erros nos desenho ou implementação de um software. No entanto, é o testing que possibilita a detecção de qualquer problema que possa surgir. Portanto, QA e Testing se complementam. Se não se realiza uma revisão correta do código, por falta de tempo por exemplo, e há algum erro, a equipe de testing pode detectar o problema para que depois a equipe de desenvolvimento possa corrigi-lo.
FB: Neste evento na Bélgica em março você conheceu novidades na área de Testing? O que mais te chamou a atenção?
CG: No evento foi discutido uma grande quantidade de temas distintos mas eu destacaria principalmente dois, que estão em atualidade no mundo do testing. Um deles é o crescimento das aplicações móveis, que traz um novo tipo de testing: o Mobile Testing. Ainda não há muita experiência neste campo mas é sempre interessante conhecer como é feito esse tipo de testing em outras empresas.
O outro tema que recebeu muita anteção nas palestras foi a automatização do testing. Atualmente se busca otimizar os recursos e uma boa alternativa para isso pode ser a automatização. Deste modo, com scripts automatizados, por exemplo, se pode executar um conjunto de testes durante a noite e um test engineer pode revisar os resultados na manhã seguinte, economizando assim todo o tempo de execução manual.
FB: Como você ficou sabendo da existência do concurso?
CG: Descobri o concurso na página do ITSQB, na seção de eventos. Existem muitos eventos deste tipo pela Europa e fazia tempo que queria participar de um. Na Espanha, um dos mais conhecidos é o Expo:QA, em Madrid, que terá sua próxima edição em junho.
FB: De todas as áreas de especialização em TI, por que você escolheu a área de Testing?
CG: A área de testing me interessa pois permite que se tenha uma visão mais ampla do projeto, a princípio, do que se poderia ter desde o ponto de vista de um desenvolvedor. Além disso, permite que se trabalhe com muitas tecnologias distintas ao não exigir especialização em uma linguagem de programação ou tecnologia específica.
Carles, muito obrigado por compartilhar conosco sua experiência e contamos com você para nos informar sobre as novidades na área de Testing.