Conheça um dos finalistas do CODE_n: Intelie

Ricardo Clemente, diretor excutivo da Intelie
Ricardo Clemente, diretor executivo da Intelie

Na entrevista de hoje, Ricardo Clemente, diretor executivo da Intelie, nos conta um pouco mais sobre a história da empresa, sua plataforma Intelie Live e as expectativas para o CODE_n.

Intelie é uma das três startups brasileiras que estão presentes na CeBIT, em Hannover, como finalista do concurso CODE_n. A empresa, fundada em 2009 no Rio de Janeiro, oferece por meio de sua plataforma de análise de dados em tempo real, a Intelie live, um produto que, através de uma tecnologia de correlação de dados, é capaz de prevenir falhas e identificar oportunidades de negócio, adquirindo inteligência operacional, permitindo que as empresas pensem  mais  rápido

Como surgiu a Intelie? A partir de que necessidades ou conceitos vocês criaram a empresa?

A Intelie surgiu em 2009 numa cadeira de mestrado de dois dos sócios que buscavam associar conhecimento teórico ao prático. Parte dos sócios trabalhava num grande portal de conteúdo brasileiro e lá identificaram a necessidade de uma solução que fosse capaz de identificar prontamente falhas de tecnologia e suas causas. Utilizando uma tecnologia de aprendizado de máquina foi desenvolvido um sistema (IEM) que conseguia correlacionar dados e identificar padrões para manter a equipe de operação sempre informada sobre falhas que comprometessem o negócio. Nesta mesma empresa, a quantidade de logs produzida era gigantesca. A equipe técnica necessitava fazer buscas e análises mais facilmente dentro deste mar de informação. Assim surgiu o Lognit que processa mais de 3 TB/dia com um consumo de memória inferior ao dos concorrentes e dentro de um erro controlável. Esta foi a base do Intelie Live. Com o aumento do número de clientes, fomos avançando pelas áreas de negócio e hoje somos capazes de analisar dados de áreas de vendas, marketing, logística, financeira, etc. Nossa ideia é ajudar empresas a pensarem mais rápido. Utilizando análise de dados, elas podem prevenir falhas e identificar oportunidades de negócio, adquirindo inteligência operacional.

Quais são os maiores desafios para a Intelie?

Um dos nossos maiores desafios é criar a cultura de análise de dados em tempo real junto ao mercado. Muitas vezes as empresas não entendem a importância de uma análise em tempo real e assim que compram a ideia percebem o quanto isso é importante.

Outro desafio é fortalecer nossa marca. Temos que mostrar o valor que oferecemos, que é tangibilizado através de nossos resultados. Precisamos também fortalecer nossa marca nacional e internacionalmente, utilizando nossas conquistas. O mercado de software B2B é recheado de grandes competidores e é sempre um desafio muito grande para empresas pequenas terem sua marca reconhecida neste cenário.

Como vocês ficaram sabendo sobre o CODE_n14 ? E quais são suas expectativas para o concurso e o futuro da Intelie?

Ficamos sabendo do concurso através do email enviado por Frederico Groth do grupo Mandalah comentando o escopo da competição e logo nos interessamos. Participar do CeBIT, como finalista, é uma grande conquista para nós e é uma oportunidade de mostrar nossa marca para o mundo. Além de criar possibilidades de negócio fora do país, é ótimo para nossa imagem nacionalmente.

Quais as maiores dificuldades para uma startup no Brasil? Há incentivos do governo?

Ser uma startup no Brasil é muito desafiador. Particularmente no nosso mercado, temos que brigar com gigantes que possuem muito mais dinheiro para investir e sobreviver no mercado. Além do já conhecido custo “Brasil”, o mercado corporativo ainda valoriza muito o peso de uma marca e isso leva um tempo para ser construído. O Governo oferece algumas ajudas como programas de subvenção para empresas de tecnologia e temos estes programas sempre no radar.

O cenário de empreendedorismo no Brasil vem se fortalecendo, mas ainda existe uma cultura muito forte agindo negativamente. Tradicionalmente não se valoriza a falha como um aprendizado. As pessoas associam diretamente a um fracasso total e querem só ouvir histórias de sucesso. Outro ponto que dificulta é a visão disseminada do empresário como um vilão gerador apenas de riqueza própria e não como um agente importante para a economia e para a sociedade.